sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sofrimento no Trabalho

    Tendo em vista que a nova representação do mercado demonstra o caráter de instabilidade, gerado pela competitividade, fazendo com que a cobrança pela aceleração na realização das atividades, busca constante de alta produtividade, lucratividade, bom desempenho empresarial entre outras questões, seja maior a cada dia.

    Trás como resultado o sofrimento, podendo esse ser devido à situação vivenciada no ambiente de trabalho, como também ser decorrente da incompatibilidade entre a história individual do sujeito, desejos, necessidades, projetos. Um exemplo claro do sofrimento é quando o homem se percebe impossibilitado de empreender modificações, no ambiente, ou na atividade que realiza, tendo em vista torná-la mais adequada às suas necessidades fisiológicas e a seus desejos.

    Os reflexos sobre os sujeitos demonstram que o trabalho pode ser fonte de prazer e sofrimento, implicando uma contradição que é movimentada pela organização do trabalho, pela estrutura ambiental onde se desenvolve e ainda pela forma de como os indivíduos percebem o processo de realização de suas atividades.

    Sendo assim fica claro que o clima organizacional tem um peso maior do que o esperado na vida do colaborador, pois irá repercutir no pessoal e não apenas no profissional, ou seja, é global. O mesmo perde a motivação de desenvolver a atividade assim como desempenhar qualquer outra atividade no âmbito pessoal.

    Pois como já se é sabido o individuo passa a maior parte de sua vida dentro da organização. Quando esse convívio passa a não ser mais agradável como já foi citado, o colaborador tende a se isolar a não ter mais a mesma vontade. É o que se chama de atitude depressiva, utiliza-se de artifícios para não realizar ou tentar fazer algo que deveria de chegando ao ponto de utiliza-se de desculpas banais.




    Dejours relata dois tipos de sofrimento: o sofrimento criador o qual é criado pelo trabalhador e o sofrimento patogênico que surge quando todas as possibilidades de transformação, aperfeiçoamento e gestão da forma de organizar o trabalho já foram tentadas, ou melhor, quando somente pressões fixas, rígidas repetitivas e frustrantes, configuram uma sensação generalizada de incapacidade.

    Fica claro que o prazer como o sofrimento deixa marcas no corpo e resultam na doença, tudo isso devido à falta de equilíbrio na utilização do capital intelectual qual é a ferramenta diária que movimenta a escolha de prioridades.

    As quais muitas fezes ferem o psiquismo, degenerando o individuo a tal ponto que não mais acredita na sua capacidade, deixando de lado sua criatividade, seu poder de liderança, percepção. Onde entra em cena a fragmentação afetiva, sensação de esvaziamento, inutilidade, como também o aumento da individualidade juntamente como o pacto do silêncio.

CONCLUSÃO:

    Em suma a Qualidade de vida assim como o Sofrimento no Trabalho decorre do clima organizacional e do capitalismo o qual veio por meio da competitividade, a necessidade do colaborador ser multifuncional. Onde o mesmo muitas vezes não tem a disposição de ferramentas necessárias para realizar suas atividades devidamente, dessa forma não suportando a pressão vinda por meio da hierarquia, que acaba adquirindo o sofrimento psíquico o qual deixa o trabalhador desmotivado e fechado para agregar conhecimentos, que implica na produtividade da organização.

    É de suma importância que a organização assuma um compromisso com seus trabalhadores, dando a eles ferramentas adequadas para executar seus trabalhos e fazendo pesquisas de climas e satisfação do setor em que trabalha para que haja a qualidade de vida, e menos sofrimento psíquico adquirido pelo trabalho.

    O sofrimento no trabalho pode ser minimizado através dos psicólogos organizacionais no qual a organização cobra deles suas metodologias e de suas estratégias de ação na qualidade de vida dos profissionais, onde o trabalhador tem a liberdade de se abrir com ele, com isso há um acompanhamento da saúde mental e de doenças ocupacionais adquirida nas organizações.

Autoras: Adijaiane Grecco e Adriana Barbosa

Fontes:
DEJOURS, Christophe. A loucura do trabalho. São Paulo, Cortez/Oboré, 1988.
HELOANI, José Roberto. Saúde mental e psicologia do trabalho.

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